
Novas regras de exportação de madeira trazem desafios e oportunidades para o setor
As recentes mudanças nas regras de exportação de madeira prometem transformar o setor madeireiro, trazendo tanto desafios quanto oportunidades para empresas e exportadores. Com a adoção de normas mais rígidas por países como Brasil, Estados Unidos e membros da União Europeia, o mercado passa a exigir maior transparência na origem da madeira, certificações ambientais e um controle mais rigoroso sobre espécies protegidas.
A principal justificativa para essas mudanças é o combate ao desmatamento ilegal e a garantia de que os produtos comercializados internacionalmente sigam padrões sustentáveis. No Brasil, novas exigências incluem comprovação detalhada da origem da madeira por meio de certificações como FSC (Forest Stewardship Council) e PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification). Além disso, algumas espécies nativas passaram a ser protegidas com maior rigor, dificultando sua exportação.
Nos Estados Unidos, a atualização do Lacey Act tornou as regras para importação mais rigorosas, exigindo que empresas demonstrem que a madeira adquirida não tem ligação com desmatamento ilegal. Na União Europeia, a nova Lei de Cadeias de Abastecimento Livres de Desmatamento, que entrou em vigor em 2024, impõe restrições severas para madeiras cuja procedência não seja comprovadamente sustentável.
Impactos para exportadores e produtores
As mudanças regulatórias podem gerar impactos significativos para diferentes agentes do setor madeireiro. Pequenos e médios produtores devem enfrentar desafios relacionados ao aumento de custos e burocracia para atender às novas exigências.
Sem certificações ambientais e processos adequados de rastreabilidade, algumas empresas podem encontrar dificuldades para manter suas exportações. Por outro lado, grandes companhias que já investem em sustentabilidade podem se beneficiar.
A valorização da madeira certificada abre novas oportunidades para exportadores que conseguirem comprovar a legalidade e sustentabilidade de seus produtos. Também é importante lembrar que o fortalecimento da regulamentação pode ajudar a combater concorrência desleal e práticas ilegais no setor.
Outro possível impacto será na dinâmica do comércio internacional. Com as restrições, algumas empresas podem perder acesso a mercados exigentes como o europeu, enquanto outras, que já possuem certificações, podem conquistar maior fatia de mercado.
Futuro do setor e possíveis soluções
A tendência global indica que as regulamentações ambientais devem se tornar cada vez mais rígidas. Governos e instituições financeiras já avaliam a criação de incentivos para que empresas invistam em processos sustentáveis e se adaptem às novas normas.
Para continuar competitivas, empresas brasileiras precisarão investir em rastreabilidade, certificações ambientais e manejo sustentável. Outra alternativa é que o setor pode buscar parcerias com organismos certificadores e aproveitar linhas de crédito voltadas para práticas ambientais responsáveis.
A curto prazo, o setor madeireiro pode enfrentar dificuldades para se ajustar às novas regras, mas, a longo prazo, essas mudanças podem resultar em um mercado mais transparente, sustentável e lucrativo para aqueles que conseguirem se adaptar.
Saiba mais: A farinha de madeira e suas aplicações